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Sem Roupa
02:21
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Deixo o compromisso com o café a esperar,
Dou-te o meu melhor beijinho, o antes de fumar
Ficar na ronha, passa a hora de almoço
Bem melhor assim recebo mais beijinhos no pescoço
Não quero mais cantar, vida só de andar na rua
Se gostas de aqui 'tar, fica perto e eu canto a tua
Quero-te é por sem roupa com beijinhos nessa boca,
Não saber se é segunda ou sexta-feira,
Se é mau se é bom... Bom é ter-te à minha beira
Mãozinhas com cuidado se me queres no lugar,
Não sou pau mandado mas sou de me acostumar
E ficar homem aos 20 e tal anos,
É bom porque é melhor que tar sem ti e sem planos
Pobre e a cantar a ver se a chuva vai embora
É bem melhor ficar cá contigo que lá fora
Quero-te é por sem roupa com beijinhos nessa boca,
Não saber se é segunda ou sexta-feira,
Se é mau se é bom... Bom é ter-te à minha beira
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2. |
Comboio
03:06
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Ontem foi dureza, do concerto à sobremesa
Hoje acordo a custo, pó comboio sem um tusto
Vida sempre à espera na estação é bera
E hoje eu comprei guerra: eu disse mal da terra
Só quero que corra bem,
Alguém p'ouvir também
Mas que corra bem
E a briga é resolvida com graçola à antiga,
Eu sigo o meu caminho, d'olho no vizinho
Vida é tão normal a ler sondagem no jornal
Já nem vale a pena o voto em Portugal
Pa pô-los no poleiro
Pelo mundo inteiro
É palhaços no poleiro
Seca no sul dá pa molha no Minho
Pára o comboio, não quero ir para lá sozinho
Mas seja como for chego ao destino à hora
E ligo ao promotor que diz-me que demora
Pobre sabe lá se a fofa não 'tá cá
Basta-me um segundo pa bater no fundo
Não fiques tão aflito,
Éme vais lá ter no fim
Com o guito
Seca no sul dá pa molha no Minho
Pára o comboio, não quero ir para lá sozinho
Não dá, não dá, não dá
O comboio não vai parar, não dá, não dá
Seca no sul dá pa molha no Minho
Pára o comboio, não quero ir para lá sozinho
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3. |
Puxa a Patinha
02:44
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Tenho uma pátria, é a cara do meu pai,
há-de vir comigo onde o pai não vai.
Tenho bandeira pronta para hastear, bagaço bem servido para não mais lembrar
o irmãozinho, o meu amor, vão embora e não vão voltar.
Ai não, não é nação, se é nação só por ter chão.
Puxa a patinha, não a arredes nunca,
vais ser o último a ficar nesta espelunca.
Tanta saudade,
esvazia-se a cidade,
triste e só no campo é que se é Tuga de verdade.
Ai é, pois é, sozinho a ver T.V.
Estou frustrado, eu assino já tratado
com o chato,
o trajado
ou qualquer remediado
Ou faço um épico de amigos e irmãos,
forte e convincente para prender-lhes pés e mãos
mas não quero o meu irmão
e o meu amigo na prisão.
Já só me resta então
cantar o meu refrão:
Puxa a patinha, não arredes nunca,
eu puxo a minha estamos juntos na espelunca.
Menos saudade
é para nós a cidade
tristes mas urbanos somos Tugas de verdade!
Ai é? Pois é,
Nós todos no café!
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4. |
Buraquinho
03:17
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Ontem deu-me e já só queria ser
Um buraquinho no chão para não ter mais que vos ver
Fui ao espelho e dei-me a mim um estalo,
Sonhei com um amigo com quem já não falo
E um amor antigo com quem já não falo.
Amor e amizade vão embora com a manhã,
Cabeça nesse estado (hoje é pezinhos de lã)
Toda a semana, todos dias, dores iguais...
Talvez ande a fumar uns charutitos a mais,
Ou a beber uns copitos a mais
Talvez mas já não é a primeira vez
Tendência po drama é a minha maldição
Talvez seja do drama, ser burguês
Mas nem eu empatizo com a situação
Solução: cantar do coração
Fim da tarde ponho ao lume mais lembrança
Nenhuma saudade de quando eu era criança
Chega a noite, o que achariam os meus pais
Talvez que ande a fumar uns charutitos a mais
Ou a beber uns copitos a mais
Ou a comer uns hidratos a mais
Ou que os meus dias são todos iguais
Ou 'tão contentes só por serem os meus pais
Talvez mas já não é a primeira vez
Tendência po drama é a minha maldição
Talvez seja do drama, ser burguês
Mas nem eu empatizo com a situação
Solução: cantar do coração
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5. |
Tédio
02:43
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Domingo-merda no Valbom a desmoer.
Olha o barbudo a olhar!
A noite de ontem na Bica a beber.
Olha o barbudo a vir.
“Vejo-te bem, nós somos iguais,
tens uma mãe e uns dentes a mais.
Fala de amor o que eu tenho para ti
e fala da dor que eu nunca senti.
Foi tudo um Tédio,
viver sem amor oh que tédio!
Não há pior.
Tédio,
ninguém para gostar.
Mas o tédio a sério está no altar.”
Assertivo o barbudo armadão,
“és daqui rapaz?”
“Daqui não, eu não durmo no chão,
Vivo ali atrás,
vejo-o bem e não somos iguais,
o senhor nem tem mãe, eu tenho uns dentes a mais.
Se fala de amor o que o senhor tem para mim,
falo eu da dor que fui eu que senti.
e foi um tédio,
viver sem amor oh que tédio!
Não há pior.
Tédio,
ninguém para gostar.
Mas o tédio a sério está no altar.”
O cheiro, a cara, o copo, o tabacão:
não há que enganar.
Quando um gajo assim te aperta a mão,
não vai bazar.
A tanga é só para ter mais atenção,
não estou a dar
mas quando a conversa brota depressa do chão
e não há-que pensar
é um tédio,
viver sem amor oh que tédio!
Não há pior.
Tédio,
ninguém para gostar.
Mas o tédio a sério está no altar!
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6. |
Chá com Mel
02:16
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Tenho uma voz cá dentro a rir,
diz “está bem bom para construir”
diz “está bem bom para amar e produzir.”
Outra que vem nos dias maus,
acho que diz “está tudo igual”,
diz “está na hora, agora é desistir.”
Mas dói, não dói?
De dia a vida, a noite é no hostel.
Não tem papel:
cordas da viola no pincel.
O que tem ele?
Tem eu para ti
e um bom chá com mel.
Não quero é ser como a cidade,
morrer de medo da idade:
a Graça está mais nova que Alvalade.
Mesmo a passar um mau bocado,
basta bem cedo olhar para o lado,
até o mau é bom se é partilhado.
Mas dói, não dói?
De dia a vida, a noite é no hostel.
Não tem papel:
cordas da viola no pincel.
O que tem ele?
Tem eu para ti e um bom chá com mel.
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7. |
Roma - Sé
02:12
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Amigo, se estás triste
e o que queres não existe
traz um copo, bota em riste
e 'bora lá brindar:
Um brinde à manada
com bica na esplana,
Tuga não tem nada
mas há tanto mar.
Remar o dia inteiro,
ir dar ao Barreiro,
frota sem dinheiro
ali no Tejo a anhar,
alberga a neurinha,
traz a tua eu trago a minha,
neura assim sozinha
tem que ter um par
vem cá ter meu par
que é para seres meu par...
Lembras-te de ir de Roma à Sé?
O caminho a conversar a vida como é que é.
Pois, fui parar ao Cais Sodré
a vida num vacilo e nem te pões de pé.
E queres amor antigo
para cantares à nova
trago o meu comigo
e vai daqui à cova
puto eu tou contigo
se a vida dá-te sova.
tens amor de amigo e podes pôr à prova...
Lembras-te de ir de Roma à Sé?
O caminho a conversar a vida como é que é.
Pois, fui parar ao Cais Sodré
a vida num vacilo e nem te pões de pé.
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8. |
Zequinha
03:34
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De barriga vazia
não há quem consiga
ganhar corridas para o pão.
Prato cheio de migas
e vê se a vida
te dá mais pão sem feijão.
Entregue à mania da digestão.
Tem tento na língua,
mostra respeito ao
senhorio e ao patrão,
seguindo a matilha talvez consigas
escapar à vida de cão.
Vão-te dizer “se gostas não é profissão.”
Uiva como o vento no inverno, irmão.
Se o Sol não raiar vais ter que uivar na escuridão.
Uiva mais forte, a chuva ajuda no Verão.
Uivo, vento e chuva e vais ser a solução.
Sê como o vento no Inverno, irmão.
Se o Sol não raiar vais ter que uivar na escuridão,
irmão.
De volta a Lisboa,
uma casa bonita
até era na boa
se eu fosse turista.
Mas Tuga artista
é uma vida à toa.
Estar bem na entrevista
mas a cara destoa.
Obriga-os a dizer na cara que é tão giro o pobrezinho sem comer! Vão falar. “Até é bom para ti não teres jantar, o tempo é guita e até dava jeito aquela horita.”
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9. |
Joana
02:36
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Vem cá meu S. Martinho,
dá cá quente até ao Verão.
Era bom galgar caminho sempre em frente, à campeão.
Estou bem, tão bem sozinho,
amor é sem legislação.
Dou tangas à betinho e o foco volta ao coração.
No meio disto tudo, Joaninha, sem pudor,
tão linda e eu tão sisudo inventámos o amor.
E agora que eu votei é que eu sei bem quem manda em mim.
Gordinhos fazem lei mas a lei escrita é só chinfrim.
Se alguém passar assim
a olhar para mim
como eu cá sei,
sou livre mas, enfim,
se ela é a certa eu faço a lei.
No meio disto tudo, Joaninha, sem pudor,
tão linda e eu tão sisudo inventámos o amor.
Eu e tu, para quê esperar a aprovação?
Lei é do cu e liberdade é do coração.
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10. |
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Muito chorei eu, num domingo à tarde
Muito chorei eu, um domingo à tarde
Aqui está o meu lenço,
Aqui está o meu lenço
Aqui está o meu lenço que jura a verdade
Aqui está o meu lenço,
Aqui está o meu lenço
Aqui está o meu lenço que jura a verdade
Jura amor que eu também juro
Jura amor que eu também juro
Ai faz uma,
ai faz uma
Ai faz uma jura bem feita
Jura amor que me hás-de dar
Jura amor que me hás-de dar
Ai na igreja, ai na igreja
Ai na igreja, a tua mão direita
Jura amor que me hás-de dar
Jura amor que me hás-de dar
Ai na igreja, ai na igreja
Ai na igreja a tua mão direita
Jura amor que eu também juro
Jura amor que eu também juro
Ai faz uma, ai faz uma
Ai faz uma, jura bem feita
Jura amor que me hás-de dar
Jura amor que me hás-de dar
Ai na igreja, ai na igreja
Ai na igreja a tua mão direita
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CAFETRA RECORDS Lisboa, Portugal
Cafetra Records is a portuguese record label based in Lisbon and founded in 2008 by a group of friends who wanted to make and produce music together. Since 2011 and until today, it has released several records, in as many different formats as in various genres, always sharing a common identity. ... more
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